By Marcel (infelizmente)
Essa imagem aí em cima é do Capacitor de Fluxo.
É o que torna possível a viagem no tempo, segundo o Dr. Emmett Brown.
Pois é, comprei esse pela internet, e instalei no meu carro, afinal a velocidade necessária para se dar a viagem no tempo é de apenas 88 milhas por hora, ou 144 quilômetros por hora.
E o meu carrinho chega nisso.
Mas me esqueci de um detalhe simplesmente importantíssimo nisso tudo.
O combustível! O combustível!
Sabemos que para viajar no tempo é necessário gerar energia equivalente a 1.21 gigawatts! Só com plutônio se consegue isso.
E convenhamos que não é fácil de achar esse negócio em qualquer esquina.
Coloquei gasolina, aditivada ainda por cima, e fui ver no que dava.
Procurei uma rodovia vazia e com uma reta sem fim, para poder atingir a velocidade para viajar.
Bati o velocímetro nos 165 quilômetros por hora! Pô, meu carro é 1.0!
Confesso que meu coração se acelerou com a esperança de que desse certo essa tentativa.
Quando dei por mim, estava num pasto cheio de bois.
Por um momento pensei: Cacete! Então quer dizer que antigamente era tudo mato!
Mas não. Eu havia apenas saído da pista e me enfiado no meio de um pasto, arrebentando toda a cerca de arame enfarpado.
Fui embora, desanimado e triste, com meu carro todo riscado pelo arame, sujo até no teto, e faltando duas calotas.
Passou um fusca por mim, todo cinza de massa de reboque. A menininha colocou a cabeça para fora e eu a escutei dizer: Que carro feio, né mamãe!
Esbocei um sorriso para a garota, abaixei o vidro e disse: Porque você não vai para os infernos, hein menina!
A mãe acelerou o fusquinha e eu escutei o choro da criancinha, ficando bem baixinho, de longe.
Gargalhei como um ensandecido.
Fui desacelerando o carro e parei no acostamento esburacado da estrada.
Dor de barriga repentina.
De calças arriadas, sapato sujo de fezes devido a uma péssima pontaria, eu lamentei por não ter dado certo a viagem no tempo.
E eu nem queria ir para 1955.
Só gostaria de voltar uns três dias atrás.
Maldito plutônio!