By Marcel (Infelizmente)
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Com meus cabelos na altura do queixo,
Minha bochecha gordinha,
Usando roupas do meu irmão (pentelho) mais velho
Observando a mais nova, minha (pentelha) irmãzinha
Divido o quarto com eles o dia inteiro
Quando comecei a ler estórinhas infantis?
Sinceramente, não lembro
Lembro da mamãe cozinhando
Do papai chegando tarde do trabalho
E dos meus irmãos (pentelhos)
Mas a frase eu guardei
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Nessa época eu ainda era essa bonequinha
Hoje não
Hoje cresci, sou mulher
Não guardo mais a bochecha gordinha
Tenho trabalho e logo estarei formada
Sou o que meus pais me formaram
Espelho daqueles que me criaram
Aprendi que na dor se vive o amor
E que no amor se supera a dor
Mas à noite em meu quarto
Cansada, deitada
De olhos fechados
Sempre repito baixinho
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Então me lembro do quarto a três
De quando eu lia estórinhas
Do papai, da mamãe
De mim, pequenina
E adormeço sorrindo,
Com a tranqüilidade e certeza
De que ainda carrego aquela menina
Mas hoje sou mulher!
Muito prazer,
Carolina!
Para minha querida irmã, Carolina, com muito carinho do tamanho da minha saudade.