By Marcel (Infelizmente)
By Marcel (Infelizmente)
Meu coração bate nos olhos quando me incomodo.
Meu coração bate nos olhos e meus olhos se enchem d’agua.
Meus olhos se enchem d’agua e assim tropeço fácil e me desequilibro.
Tropeço fácil e qualquer pena ou pluma leve torna-se imensamente pesada.
Carrego pluma com as costas arcadas.
Com as costas arcadas somente consigo olhar o chão sujo.
Olhando o chão o tempo inteiro, não vejo o que acontece a minha frente,
Ando sem capacete e vivo dando cabeçada.
Tudo isso num dia só.
Desde o amanhecer ao pôr-do-sol.
E quando chega o outro dia, abro os olhos
Agonia!
Meu coração, que estava descansando, sonhando, tranqüilo, de molho.
Começa a bater forte no meu olho.
Meus olhos se enchem d’agua,
E começa tudo de novo...
By Marcel (Infelizmente)
Chove calmamente.
O dia nublado, cinza.
Os passarinhos todos estão escondidos.
Onde será que se escondem os passarinhos?
Ele coloca as asas para fora do abrigo para saber se a chuva passou?
Não está ventando, mas mesmo assim o dia está frio.
Eu já estou há mais de vinte minutos escondido sob o orelhão em frente a esse bar.
Não me escondi aqui da chuva. Foi a chuva que chegou enquanto eu estava ao telefone.
Já passa das duas horas da tarde, e as poucas pessoas que vejo daqui, correm apressadas com medo que os pingos aumentem.
Um barulho forte de freada brusca de carro lá ao longe...
Xi! Acho que bateu!
Uma senhora andando devagar com sua sombrinha que não consegue proteger nem metade de seu corpo.
Um homem andando despreocupadamente, de chapéu, guarda chuva fechado na mão e fumando seu cigarro.
Uma criança levando bronca da mãe porque insistia na saudável brincadeira de querer deitar-se rente ao meio fio para tomar banho de enxurrada.
Quando eu era pequeno fazia a mesma coisa! E apanhava do mesmo jeito da minha mãe!
No boteco lá da esquina, não nesse no qual estou em frente, o pessoal canta música caipira, acompanhada por um violeiro de chapéu de palha, que canta com uma voz afinada de dar inveja.
Nesse boteco no qual estou em frente, apenas um caipora joga sinuca sozinho. Aliás, ele brinca apenas com a bola branca. Ele me parece triste e sem rumo.
Tem três crianças protegendo-se sob o toldo de uma loja de roupas, todas juntas. Acho que são irmãos, pois do nada resolveram sair e correram todas juntas, de mãos dadas. O mais velho na frente e puxando as duas mais novas com cuidado.
Tem um pombo no meio da rua, procurando comida e sem dar a menor bola para a chuva. Olhando daqui, o modo como ele mexe a cabeça descontrolada, para frente e para trás, andando aos pulinhos e parando com um dos pés somente, me parece ser um pombo surtado.
Ele está olhando pra mim? Está!
O pombo louco chegou até perto dos meus pés e deixou o pedaço de comida que estava em seu bico, ao meu lado.
Obrigado, pombo louco, eu como depois, tá?
Saiu voando.
Que trovão!
Parece que arrebentou bem em cima de minha cabeça!
E com isso, o moleque que vinha todo faceiro em sua bicicleta, pedalando sem as mãos, assustou-se com a pancada da trovoada e estatelou-se no chão.
Hum... que tombo!
E que vontade de dar risada!
Está no chão, com a maior cara de tacho, fingindo que tudo está bem e arrumando as tiras de seu chinelo havaianas que arrebentou.
Olha que interessante! Estou reconhecendo ao lado do moleque azarado, o pombo doidão que está ali também.
Deixou um pedacinho de pão e foi-se embora voando.
Está trovejando demais agora!
Gosto de chuva, mas confesso que se estivesse em casa seria bem melhor.
A chuva aumentou um pouco e agora está invadindo meu abrigo.
Esse orelhão.
E essa chuva que não passa, e que fez o favor de me pegar aqui, de surpresa enquanto falava ao telefone.
Estava falando com ela! Linda, doce e especial!
Estava explicando a ela que iria ter que adiar minha chegada no dia de hoje.
Não poderia vir, pois surgiu um imprevisto e teria que ficar mais dois dias fora da cidade.
Ela ficou triste!
Os filhos dela estavam fazendo barulho em volta dela enquanto conversávamos.
Os filhos delas são meus também.
Ela é minha esposa!
Fiquei uma semana fora, e agora estou aqui, com as malas junto aos meus pés, ensopado da chuva, que me pegou enquanto eu explicava a minha esposa que não poderia voltar naquele dia.
E os créditos do cartão telefônico acabaram-se, então.
Ficou mudo e ela ficou triste.
Mas vou acabar com a tristeza dela, ah, vou sim!
Estou com as minhas malas aos meus pés, uma semana fora de casa e a saudade dela e dos meus filhos está me matando.
E eu menti com relação ao atraso!
Vou pegá-la de surpresa.
Que saudades imensa!
Deixa eu ir então, que essas malas estão ficando encharcadas, e ficarão cada vez mais pesadas.
Estou sozinho aqui para carregá-las.
Mas isso também não é muito problema.
Eu moro ali em frente mesmo, está vendo?
Estou vendo a sombra dela pela janela.
Então dá licença que estou indo!
Ah, que saudade dela!
Fuiiiii...
Por Mariana
O amor é sublime.
Não busca a perfeição.
Com o amor pode-se ser você mesmo
Proporciona esperança enorme no futuro
Proporciona futuro ao lado do bem amado
O amor entende
Desculpa pelas besteiras
Ajuda a saltar sempre pra frente
Deixa chorar
Gritar
Sonhar
Ser feliz à vontade
Perde a hora de voltar pra casa
O amor faz imaginar desenho em nuvens
Alivia os pesadelos
Escuta as coisas fúteis
Pode-se fazer o que quiser!
Perder o juízo
E mesmo assim permanecer tranqüilo
Ama-se por infinitas coisas
Que jamais caberia aqui escrever
Apenas sentir
Mas só sabe-se que se ama
E muito!
Amor é um sonho
Um sonho que se quer para sempre...
Ps: Totalmente meu...
By Marcel (infelizmente)
Entra afiada como se fosse adaga
Deixando-me sensível a qualquer sentimento
Um elevador, um soluço que me pega desprevenido
Um chorinho contido ao fim de risadas.
Olhos perdidos
Úmidos
Feito orvalho
Aperto no peito
Picada de abelha, dilacerante
Minutos disfarçados de segundos
Horas que demoram dias
Angustiante
Quando estamos juntos
Dias inteiros
Que parecem minutos
No meio do dia aparece
Cresce, cresce e cresce
Não respeita minhas ordens
Não desaparece
É saudade o nome
Cruel
Parasita
E com a adaga que eu a mato
Na sexta à noite
Ela mergulha em minhas costas
Assim que o domingo despede-se.
Fim de semana que foi-se...
By Marcel (infelizmente)
Dias atrás, eu fiz assim:
Quando todos começaram a chegar
A se reunir, lá no bar
Eu quis ir embora, assim do nada.
Outra vez foi uma piada
Todo mundo achou graça
Mas só eu não dei risada.
Minha mãe me mandou comprar pão
Comprar dez, pra ser mais exata
Comprei, mas dei um ao pedinte no meio da estrada.
Eu quis viagem pra cidade pequena
Quando todo mundo queria praia.
Escolheram hotel pra dormir
Eu quis pousada.
Fizeram passeio de bicicleta
Eu, caminhada.
Manhã, tarde, noite, todos preferem assim
Eu sou mais a madrugada.
Tomo sorvete quando faz frio
No calor só uso calça, e nunca saia.
Acho bonito coisas feias
E feio as coisas bonitas que você acha.
Faço tudo ao contrário, você tem razão
Não é pra parecer diferente, saiba disso
É que pras coisas que você acredita
Eu tenho outra opinião.
Cansei de ser enxovalhada por andar na contramão
Mas isso é pra quem não me conhece
Porque amigos eu tenho aos montes
E ser do contra pra eles não significada nada
Porque sempre que algum deles chora ou fica triste
Caídos no chão ao primeiro tombo
Sou euzinha aqui que os carrego
Coloco todos nos meus ombros
São todos fracotes e de cara pálida
Faço minha parte e eles sabem disso
Não reclamam quando peço licença
E se para eles eu viro a cara
Sabem bem que o que quero
É que não vejam meu rosto cansado
E marcado pelas lágrimas.
By Marcel (Infelizmente)
By Marcel (Infelizmente)
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Com meus cabelos na altura do queixo,
Minha bochecha gordinha,
Usando roupas do meu irmão (pentelho) mais velho
Observando a mais nova, minha (pentelha) irmãzinha
Divido o quarto com eles o dia inteiro
Quando comecei a ler estórinhas infantis?
Sinceramente, não lembro
Lembro da mamãe cozinhando
Do papai chegando tarde do trabalho
E dos meus irmãos (pentelhos)
Mas a frase eu guardei
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Nessa época eu ainda era essa bonequinha
Hoje não
Hoje cresci, sou mulher
Não guardo mais a bochecha gordinha
Tenho trabalho e logo estarei formada
Sou o que meus pais me formaram
Espelho daqueles que me criaram
Aprendi que na dor se vive o amor
E que no amor se supera a dor
Mas à noite em meu quarto
Cansada, deitada
De olhos fechados
Sempre repito baixinho
“Bonequinha, bonequinha, tão lourinha!
Porque ficas a sorrir, sem dormir?”
Então me lembro do quarto a três
De quando eu lia estórinhas
Do papai, da mamãe
De mim, pequenina
E adormeço sorrindo,
Com a tranqüilidade e certeza
De que ainda carrego aquela menina
Mas hoje sou mulher!
Muito prazer,
Carolina!
Para minha querida irmã, Carolina, com muito carinho do tamanho da minha saudade.
By Marcel (infelizmente)
Parô! Parô meu coração!
Aquele segundo de paradinha
Igual aquele sopro que nasce com alguns
Aquele defeito de fabricação.
Parô! Parô meu coração!
Quando viu quem há muito eu não via
Quando meu pai me levou na roda gigante
E senti aquele frio na espinha!
Quando o menino me parou na rua,
Parô meu coração!
Exigindo o meu dinheirinho
Pra gastar com drogas e prostituição
Quando o padre avisou que não ia
Pro céu quem não fosse menino bão
Ai, meu Deus! Parô! Parô meu coração!
No dia em que minha vó foi pro céu,
Pegando todo mundo de supetão
Quando o cometa Halley passou na minha cidade
E reuniu todo mundo pra ver nenhuma novidade.
Quando chegou o ano dois mil
E mandamos o fim do mundo
Para a puta que o pariu!
Parô! Parô meu coração!
O moleque me esperando na saída da escola
Pra brigar em frente ao portão
Quando a menina que eu paquerava
Finalmente disse não
Quando papai torto me olhava
E quando mamãe me dava sermão
Quando a pedra que mirei lá de longe
Saiu voando da minha mão
Eu sorrindo enquanto ela acertava
A vidraça do Seo Sebastião
Quando o homem do saco aparecia
Em companhia do bicho papão
Quando os barulhos da noite lá em casa
Faziam-me pensar que fosse ladrão
Quando na escola eu mudava de classe
Quando a enfermeira preparava a injeção
Com o cheiro do formol, de hospital
Com a sala de recepção
Parô! Parô o meu coração!
Quando a vida me apresentou o trabalho
Contas pra pagar e a solidão
Quando o sorriso saiu do meu rosto
Quando as brincadeiras já não tinham mais o mesmo gosto
Quando o frio e o quente tornaram-se morno
Ai, meu Deus! Parô o meu coração!
Quando a menina olhou nos meus olhos
Sorriu e pegou na minha mão
Aí, foi o tempo que parou desde então
E agora eu vivo segurando meu peito
Porque disparô o meu coração!
By Marcel (Infelizmente)
Eu,
Tremendo de febre
Suando, debaixo de um calor de quarenta graus
O corpo inteiro molhado de suor
Testa molhada, gotas escorrendo pelo rosto inteiro
Calafrios percorrendo todo o corpo
Roupas encharcadas de tanto suor
A febre aumentando
E o sol derretendo e fritando meu cérebro
Pensamento acelerados e desordenados
Pensamentos correndo a uma velocidade angustiante
Eu,
Sozinho em meu quarto, com gotas pingando de todos os dedos
Cabelo empapado de tanto suor
Calafrio de febre misturado ao sol incandescente que entra pela janela
Dentes trincados de tão apertados
Deitado na cama, cheio de frio e calor
Coberto com dois cobertores e três edredons
E o sol arrebentando e fritando meu cérebro
Desidratado e com o corpo coberto de areia
Coberto de areia, suando de calor e frio debaixo de meus cobertores
Sangrando pelo nariz, ouvido, boca,
Sangrando por baixo
Inteiramente partido os lábios
Eu,
Ensopado de suor, lágrimas e sangue
Arrependido de uma vida mal vivida
Preso no caixote de madeira e com algodão no nariz
Com terra entrando pelas frestas
E eu de olhos arregalados, sem ar
Vestido de terno
Arrependido na alma e clamando:
“Não quero ir para o inferno!”
By Marcel (Infelizmente)
No dia a dia do meu computador cardíaco e humano
Tem várias janelas abertas e programas que estou usando
Trava de vez em quando
Perco relatórios em que estava trabalhando
Já o formatei várias vezes.
Mas sempre que ligo ele de novo,
Tá lá você, de papel de parede.
By Marcel (Infelizmente)
Com um sorriso no rosto eu dirijo meu carro
Já sei de cor o caminho que eu faço
Os retrovisores bem arrumados
O vidro de trás embaçado
Por fora, mal lavado
Por dentro, pior ainda, tudo bagunçado
Mas com um sorriso no rosto eu dirijo meu carro
Com todo o cuidado
Paro toda vez que fecha o semáforo
Dou gorjeta para o tiozinho
Uns vinte centavos
Não tem óleo vazando
Não tem barulho estranho
Apesar dos vinte mil quilômetros rodados
Com um sorriso no rosto eu dirijo meu carro
Cruzo com vários outros pelo caminho
Gente cantando, chorando
Falando sozinho
Esses dias atrás vi um tocando violino
Outro enfezado, gritando irritado
Com a bagunça que fazia no banco de trás
O seu filho
À noite, a silhueta da cabeça da esposa
Encostada no ombro de seu marido
O menino apoiado no banco de trás
Olhando pra mim, e acenando sorrindo
E com um sorriso no rosto eu dirijo meu carro
Dirijo o meu carro sorrindo
Uma mão no volante e outra no câmbio
E a mão dela em cima da minha
Mudando de marcha comigo...
By Marcel (Infelizmente)
O filho da puta é um puta dum filho de baixa conduta
Criado no lixo, sem endereço fixo e com mulher prostituta
Metido no vício, marginal de vocação, sem empregado e nem patrão
Deitado na marquise, falando sozinho em seu mundo ilusório
De olhos pesados, dopados, vidrados, tristes
Pela pinga barata sorvida como se fosse uísque
Medroso de dia, corajoso sob a lua
Escarrado quando sai o sol, aparecido quando a noite cai
Sem direito a voto, nem visto, nem veste, nem voz
Sobrevivente de aborto, rubéola, sarampo, cheio de piolho
Coxo de uma perna, anda sem bengala e é cego de um olho
Cheirando a urina e com resto de fezes embaixo da unha comprida
Por amigo um cachorro
Por inimigo, quase todos
Anestesiado de dor
Tem cheiro de morte e tristeza
Tem um pouco de homem
Tem um muito de fome
Tem dias que ele dorme
Tem dias que ele some
E volta danado com Deus
E deita-se em frente à Igreja pra gemer de solidão
O filho da puta é um puta dum filho de baixa conduta
Que ninguém ensinou o que é certo ou errado
Sobrevivente de aborto e abortado do povo
O último de todos, puxado com rodo
Humilhado na terra, não faz a mínima idéia
De que a justiça divina, por demais esquisita
Diz que o céu o espera...
By Marcel (Infelizmente)
Mulher,
Abençoada desde o princípio.
Dona do coração mais forte.
Talvez seja por isso que é capaz de suportar
A dor do parto no início
E a injustiça da partida do filho
Na morte...
By Marcel (Infelizmente)
Será?
Por Valery e Marcel
Às vezes fico assim
Sem saber onde ir,
O que fazer ou dizer
Fico por ai
Às vezes sou assim
Chata, incompreensível
Incompreendida,
Perdida.
Sou isso ai.
Não sei de nada,
Nem sei de mim,
Ignore o acaso
Enfrente de cara esse caso
Fica perto de mim.
Pertinho assim...
Às vezes fico assim
Acertando o errado
Prevendo o passado
Prisioneira de mim mesma
Carcereira cruel de minha natureza
Natureza...
Naturalmente sou assim
Início de fogo
Meio de gelo
E recomeço no fim
Intermináveis sóis adormeceram
E essa espera, de dor
Açoite
Sou incansável
Assim
Minha fúria e minha pele
Tem a cor da noite
E você um dia
Perto de mim
Pertinho assim...
By Marcel (Infelizmente)
Aquele desespero que sinto em certas horas do dia
É o que faz que eu tenha mais medo da noite.
O travesseiro molhado e meu estômago gelado
Não me deixam dormir como eu queria.
Já decorei o caminho que faz
Cada rachadura que corre o meu teto
A aranha que eu vejo lá em cima se tornou minha amiga
Atrás do guarda-roupa mora uma lagartixa
Embaixo da cama uma família de baratas
Da porta até a cozinha um caminho de formigas
Que levam embora as migalhas de pão velho
O mesmo pão que eu recusei ao mendigo.
E agora eu me digo o porquê do vazio
E agora eu mendigo pra encher meu vazio.
O medo da noite que antes eu não tinha
E esse desespero que eu sinto em certas horas do dia.
By Marcel (Infelizmente)
O jeitinho que você anda
O modo como você sorri
As coisas que você fala
As coisas que você não fala
A primeira vez que eu te vi
O balanço dos seus cabelos
Seus cabelos com o teu balanço
O prateado na sua sobrancelha
Às vezes em que me aconselha
Quando dorme
Quando come
Quando acorda
Quando some
Quando volta
Quando me chama
Quando reclama
Quando inflama
Quando me esnoba
Quando me ama
O primeiro beijo
O perfume que usa
O cheiro da tua pele
Minha pele com teu cheiro
As risadas pra mim
As risadas de mim
O piscar dos seus olhos
Sua boca viciante
O violão do seu corpo
Seu silêncio
Sua calma
Sua paciência
Sua chama
Seu mistério
Sua voz
Seu drama
Seu suspense
Sua explicação
Sua demora
Sua pressa
Sua alma
É só o começo de uma lista sem fim
Das coisas que eu penso, repenso, lembro e relembro
De noite e de dia.
Mamãe me dizia, que mente vazia é o lugar preferido
Onde o diabo cozinha.
É assim todo o dia, em todo o lugar
Onde quer que eu esteja
Deitado, sentado, embaixo do chuveiro
Andando, correndo, enquanto eu leio
O tempo inteiro, até assistindo Tevê
O que mamãe me dizia não serve pra mim
Pois mente vazia
Fica inteiramente dedicada a você.